'Crime da 113 Sul': STJ marca julgamento que pode anular condenação de um dos executores
113 Sul: executores mudaram depoimentos e disseram ter sido torturados pela polícia para confessar O Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou data para reana...

113 Sul: executores mudaram depoimentos e disseram ter sido torturados pela polícia para confessar O Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou data para reanalisar a condenação de Francisco Mairlon Barros Aguiar, preso como um dos três executores do triplo homicídio da 113 Sul, em Brasília. A Sexta Turma do STJ deve julgar o caso em 14 de outubro, às 14h. Os ministros vão analisar um pedido da ONG Innocence Project – organização internacional que busca reparar erros judiciais –, que assumiu a defesa de Mairlon. A ONG pede a anulação da condenação e a soltura do acusado, depois que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal negou abrir uma revisão do processo. Francisco Mairlon Barros Aguiar foi condenado a 55 anos de reclusão e cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A ONG Innocence Project tem dois principais argumentos para a defesa: Sem provas além da confissão: Mairlon foi condenado apenas com base na confissão dele feita na delegacia e jamais repetida em juízo, não há outras provas além da confissão dele Defesa cerceada: ausência dos vídeos dos depoimentos do Paulo Cardoso Santana e de Leonardo Campos Alves no processo atrapalhou a defesa do Mairlon. A segunda tese, de cerceamento de defesa, é a mesma usada pela defesa de Adriana Villela – que é filha do casal e foi condenada como mandante, mas conseguiu a anulação do processo no STJ. Veja: 'Crime da 113 Sul': STJ anula condenação de Adriana Villela por triplo homicídio Assassino confesso diz que acusou inocente Três homens foram condenados pela execução do crime ocorrido em agosto de 2009. Eles estão presos desde 2010: Leonardo Campos Alves: ex-porteiro do prédio onde o casal Villela morava. Em 2013, foi condenado a 60 anos de reclusão. Francisco Mairlon Barros Aguiar: em 2013 foi condenado a 55 anos de reclusão; Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo: em 2016 foi condenado a 62 anos de reclusão. Durante a investigação, Leonardo Alves e Paulo Santana confessaram o crime de triplo homicídio. Os réus confessos disseram ainda que foram contratados pela filha das vítimas, Adriana Villela, e incluíram Francisco Mairlon Barros Aguiar na cena do crime. Em 2024, após quase 14 anos na prisão, Paulo Santana mudou sua versão, admitiu que mentiu e incriminou um inocente – que é Francisco Mairlon. Ele afirmou que, na época, acusou Francisco porque foi torturado pela polícia. "Em nenhum momento eu entrei em contato com Francisco Mairlon. Francisco Mairlon não tem nada a ver com isso aí. Ele é inocente, entendeu? Ele é inocente. Ele foi levado em um processo a pagar por um crime que ele não cometeu. Ele está há 14 anos inocente. [...] Eles torturaram, eles fizeram tudo", afirmou Paulo Santana à ONG Innocence Project. 📌 Os vídeos desses depoimentos foram exibidos em primeira mão no documentário "Crime da 113 Sul", lançado pelo Globoplay em fevereiro deste ano. Crime da 113 Sul ganha série documental no Globoplay Relembre o caso Em 2009, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, quadra nobre de Brasília, foram assassinados: O pai de Adriana Villela, José Guilherme Villela, de 73 anos e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 38 facadas; A mãe de Adriana, Maria Carvalho Mendes Villela, de 69 anos e advogada, com 12 facadas; A empregada doméstica da família, Francisca Nascimento da Silva, de 58 anos, com 23 facadas. Maria Carvalho Mendes Villela e José Guilherme Villela, mortos em 2009 em apartamento na Asa Sul Arquivo pessoal Os corpos foram achados, já em estado de decomposição, em 31 de agosto de 2009, na Asa Sul. A perícia demonstrou que as vítimas foram assassinadas em 28 de agosto de 2009, por volta das 19h15. Adriana Villela é acusada de ser a mandante do crime. Com a decisão do STJ, de anular a condenação, Adriana voltou a ser ré. Crime da 113 Sul: quem é Adriana Villela, acusada de mandar matar os próprios pais Infográfico - Veja linha do tempo do Crime da 113 Sul na Justiça Arte/g1 Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.